TRANSPORTE DE ÓRGÃOS

Em 100 dias, 6º ETA transporta mais de 40 órgãos para todo o Brasil

Equipes de prontidão 24 horas por dia auxiliam o Ministério da Saúde na corrida pela vida
Publicada em: 21/04/2023 13:44
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Fonte: BABR, por Aspirante Michelle Daniel
Edição: Agência Força Aérea, por Gabrielle Varela

Por meio do Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo (6º ETA), localizado na Base Aérea de Brasília, a Força Aérea Brasileira (FAB) transportou 41 órgãos de Norte a Sul do país nos primeiros 100 dias deste ano. O trabalho é realizado por equipes de prontidão 24 horas por dia para auxiliar o Centro Nacional de Transplantes (CNT), na missão de levar esperança às famílias que aguardam por um transplante. 

No final de semana em que se atingiu a marca, foram transportados coração, fígado e rim para diferentes cidades do Brasil. De acordo com a Capitão Aviadora Bruna Nascentes Teles, do 6º ETA, o trabalho é de suma importância na corrida pela vida. “Essa é a missão mais nobre que cumprimos, pois estamos contribuindo para ajudar alguém que precisa muito. Sinto orgulho em poder fazer parte desse grupo que realiza esse tipo de missão, e tenho certeza que para essas famílias que aguardam um órgão para salvar a vida de um ente querido, nossa missão é parte essencial do processo”, disse a aviadora.

Ainda segundo a Oficial, uma particularidade do Esquadrão é que ele está localizado no centro do país. Além disso, possui diversos tipos de equipamentos aptos a realizar esse tipo de missão, em especial a aeronave Phenom U-100. “A sua performance e agilidade facilitam muito nosso trabalho. Ano passado, só a aeronave Phenom realizou o transporte de aproximadamente 40 órgãos”, destacou. Outras aeronaves, como o C-97, o C-95 e o C-98 também realizam a mesma atividade.

Em 2022, mais de 100 órgãos foram transportados em todo o território brasileiro pelas equipes do 6º ETA, número que representa quase a metade do total de órgãos transportados pela FAB no mesmo ano, segundo o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), que contabilizou quase 250 transportes, utilizando aproximadamente 1.000 horas de voo.

"Para aqueles que estão na fila de espera aguardando um doador, a decolagem de um Guará é a certeza de dias melhores no amanhecer. É o voo da vida nas asas da Força Aérea Brasileira", afirmou o Comandante do 6º ETA, Tenente-Coronel Aviador André Maia.

A enfermeira responsável pelo setor de Transplantes do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICT/DF), referência na região Centro-Oeste e Norte do País, Carolina Couto, explicou que após o recebimento da oferta, avaliação e aceite pelo cirurgião responsável, é feita a comunicação para a Central Estadual de Transplantes (CET). Na sequência, a Central informa a CNT, que é quem solicita a logística para a FAB.

Segundo a enfermeira, o aumento no número de transplantes está diretamente relacionado ao apoio logístico para as captações à distância, principalmente quando se trata do coração, pois é um órgão que deve ser implantado no receptor em até quatro horas após a retirada do doador. Quando acionados, os Esquadrões da FAB que realizam esse tipo de missão possuem um tempo de duas a três horas para a decolagem. “O apoio da FAB nessas captações é fundamental, pois, de outra forma, não seria possível viabilizar esses transplantes”, garantiu.

Fotos: Arquivo 6º ETA